Por Pe. Francisco Sorrentino
Breve reflexão sobre Mt 21,28-32, Evangelho da Liturgia do XXVI domingo do TC.
Retomemos brevemente a parábola. Há dois filhos que recebem o mesmo
pedido por parte do pai (ir trabalhar na
vinha dele), respondem de forma diferente (o primeiro negativamente e o segundo positivamente), mas não agem
conforme a resposta que deram (o primeiro
vai trabalhar e o segundo não vai).
Os interlocutores de Jesus, na hora em que ele estava contando essa
parábola eram os sacerdotes e anciãos do povo, ou seja, as categorias de
pessoas detentoras do poder religioso da época. Eram justamente estas pessoas
que conheciam bem a Lei de Deus, se achavam “em dia” com os deveres religiosos,
mas, apesar de Deus ter enviado João para preparar a vinda do seu Filho, não
conseguiam reconhecer Jesus como Messias de Deus e por isso queriam matá-lo.
Por outro lado, os que eram considerados indignos e pecadores, como por
exemplo, os cobradores de imposto e as prostitutas, eram os que mais se
aproximavam de Jesus, ouviam a sua palavra e o seguiam. De certa forma agiam
como o primeiro filho da parábola, que diz de não querer ir trabalhar na vinha,
mas depois vai.
A finalidade da parábola de Jesus era levar os sacerdotes e anciãos do
povo a avaliarem a própria conduta religiosa. Hoje a mesma parábola pede também
a nós uma avaliação honesta do nosso discipulado, para não cair na ilusão de
uma fé do tipo “da boca pra fora”.
Afinal, não adianta julgar aqueles que estultamente consideramos “perdidos”,
mas é necessário ver se nossa opção por Cristo se concretiza na vida cotidiana.